segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Contribuições

Quase nunca compro revistas. A única revista que comprava regularmente enquanto vivi em Lisboa era a Time Out. Antes disso comprava a 20 Anos.
Numa visita às Caldas da Rainha em Agosto dei de caras com a revista Monocle.


Apesar de agora viver mais ou menos no campo, sou, ou ainda sou, muito urbana. Gosto do conceito da cidade. Gosto do anonimato que a cidade confere a quem nela vive, ao mesmo tempo que gosto da familiaridade que é possível estabelecer no bairro onde vivemos. Gosto do facto de podermos encontrar quase tudo num mesmo espaço. Gosto de andar de transportes públicos. E gosto, principalmente, daquilo que me parece ser cada vez mais uma preocupação tanto do cidadão comum como dos governantes para fazer das cidades espaços mais bonitos, mais eficientes, mais inclusivos, mais limpos, mais verdes e que proporcionem aos seus habitantes uma melhor qualidade de vida.
Esta edição traz as 25 melhores cidades para se viver e compara dados tão diferentes como o preço do copo de vinho, a percentagem de lixo reciclado, as ciclovias, a taxa de desemprego, o número de museus ou de jornais diários.
Em jeito de introdução, a Monocle tem também uma página em que alguns colaboradores da revista dizem em que é que cada um deles contribui.


Esta década vai ser lembrada, com certeza, como a época da valorização pessoal, por isso acho cada vez mais importante que cada um de nós encontre a sua forma de contribuir para a comunidade em que vive. Sendo que, quando se pensa em contribuição, não vale o básico: "ah, eu não deito lixo para o chão e tal e até apanho os cocós dos meus cães". Isso é só uma regra básica, embora ainda aja muita gentinha que a desconheça ou que se esteja nas tintas. 
Vai daí, que fiquei a pensar qual é o meu contributo. Felizmente não tive de pensar muito. O meu contributo é comprar (o mais possível) produtos locais a produtores locais. Comprar um cesto no mercado mensal em vez de comprar no Ikea. Comprar produtos portugueses (esse é um esforço que tenho feito principalmente no nosso alojamento local). Comprar a carne no talho cá da terra, os vegetais na praça ou na mercearia e o pão ali defronte em vez de o comprar no supermercado.
Apesar de a diferença de preços não ter um peso significativo no orçamento, leva-me mais tempo a ir a sítios diferentes, em vez de comprar tudo no mesmo sítio. Mas como melhor e vejo sorrisos.
 
A propósito Lisboa aparece em 18º lugar no ranking das cidades com melhor qualidade de vida segundo Monocle. Os três primeiros lugares pertencem a Kyoto, Viena e Berlim.






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