quarta-feira, 20 de abril de 2016

Dar para os dois lados

Bairro Alto, Lisboa

Quando vivíamos em Lisboa íamos a pé para todo o lado e depois voltávamos para casa de autocarro ou de táxi, às vezes muito tarde. Havia sempre tempo para um copo ou um passeio, porque a cidade nunca dorme.
E o nosso cafezinho no miradouro na Graça. E o jazz aos Domingos.
Se bem me lembro esta foto foi tirada no Verão, houve jantar e depois corremos os bares do Bairro Alto até muito tarde. Só os dois. E conversámos muito. Fazíamos isso sempre que podíamos. Era quase tão bom como a vida de solteiro, mas sem a parte cansativa das expectativas e da troca de mensagens e tal. Tínhamos tão poucas responsabilidades e todo o tempo do mundo.



Monte Alentejo Blues, Alentejo
Uma das coisas a que nunca me hei-de habituar (no bom sentido) é isto de apanhar fruta das árvores. Está mesmo ali, comodamente ao lado de casa. Nem precisamos de trazer muitas de uma vez. Não temos o rolinho dos sacos de plásticos e não temos de ir para a fila da caixa. Sim. Tinha erva pela cintura, e devia haver aranhas (tentei não pensar muito no assunto), mas as tangerinas são mesmo boas.
Nos primeiros dois anos de Alentejo morri de saudades de Lisboa. O campo dava-me comichões. Depois, enjoei a vila. É demasiado urbana e demasiado "desarranjada" para uma vila alentejana. Agora, sonho com roupa a secar no meio do campo e em passar mais tempo ao Sol. Mesmo no Inverno.

É isso. Acho que dou para os dois lados. Continuo apaixonada pela vida de cidade, mas sinto-me mais livre no campo.

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