O meu pai desenhava-nos relógios nos pulsos, ensinou-nos a nadar, fez construções de Lego, vestia-nos, levava-nos ao colégio, voltava a casa se alguém se esquecia da mochilinha vermelha... (por acaso não fui eu).
Quando o meu irmão e a minha cunhada trouxeram a minha sobrinha Emma a Portugal pela primeira vez, e eu vi o meu irmão a dar-lhe banho numa banheira improvisada, nem queria acreditar que aquele pai, tão seguro dos seus gestos, foi noutra idade a pessoa mais desastrada do mundo.
O meu companheiro de vida é um maridão e sei que será também um pai e já é também um pai bastante confortável com o seu papel.
Eu é que vou escolhendo a roupa e encho carrinhos virtuais. Ele trata de a pagar, porque essa parte não tem tanta piada. Ele ouve tudo aquilo que me passa ao lado (por pânico e distracção) nas consultas e no curso. É ele que fala com as recepcionistas no centro de saúde, porque eu e elas não falamos a mesma lingua. Ele ajuda-me a controlar a gulodice e sei que será o primeiro a incentivar-me quando chegar a altura de eu voltar ao desporto. Juntos elaboramos planos e teorias, rimo-nos de piadas que são só nossas.
Foi com alguma tristeza e desilusão que na primeira aula de preparação de parto a que assisti vi as grávidas todas, sem excepção, sozinhas.
Mas hoje, estavam mais dois pais. É isso, pais! Os vossos filhos precisam de vocês, logo desde o início.
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