quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Cadela com cadela não dá


 
 
 
Na semana passada tive de voltar ao mesmo sítio quase todos os dias. Fui lá na Segunda, depois fui na Terça, na Quarta fiz uns telefonemas na esperança de arranjar uma solução, voltei na Quinta e ainda tive de lá ir na Sexta. Esta semana, mais precisamente na Terça, resolvi, finalmente o problema.
Ora, o que empancava o processo era não só uma clara falta de boa vontade, como a falta de ginástica mental. Há pessoas que só sabem fazer as coisas de uma maneira. Só sabem um caminho e quando esbarram contra uma parede continuam a marrar nela, em vez de arranjar uma alternativa. Quando dependemos da falta de boa vontade e de ginástica mental de um funcionário público intermédio, e percebemos como ele ou ela nos pode lixar a vidinha toda ___________ (introduzir conclusão a gosto).
 


Quando a Tédi nos veio parar às mãos, percebemos que tínhamos ali qualquer coisa parecida com um rafeiro alentejano. Sem conhecer muito bem a raça, fui à internet.
Depois liguei para um canil no interior do Alentejo que faz criação de rafeiros alentejanos a perguntar se podiam ajudar a encontrar uma família para a bichinha. Até porque não andávamos à procura de uma segunda cadela. Expliquei que já tínhamos uma cadela arraçada de pastor alemão com alguns problemas comportamentais, expliquei que vivia numa casa sem quintal.
A resposta foi mais ou menos assim: " Ui, isso cadela com cadela não dá" e "ainda por cima destas raças" e "manter um cão destes fechado numa casa é desvirtuar a raça".

Quando a Tédi ficou doente e teve de ser internada no hospital veterinário foi por água abaixo qualquer hipótese de lhe arranjarmos outro lar.

 

Mais ou menos ao mesmo tempo fizemos alguns passeios aqui pela região e vimos vários rafeiros alentejanos acorrentados a guardar lenha, carros velhos ou apenas as propriedades. Mas acorrentados. Sozinhos o dia todo.
Vai daí, marimbei-me para o desvirtuamento da raça e para os não-conselhos do sr. engenheiro não-sei-quantos e ficámos com ela assim mesmo.
O mais difícil foi mesmo com a nossa cadela. Mentira. Não foi nada. Foi fácil, fácil.
Mais ou menos isto:
-"Toma! Tens aqui um brinquedo novo"


 

E depois fui esconder-me atrás da porta, que eu já tinha ouvido dizer que, na maior parte das vezes, os animais entendem-se melhor sozinhos.
O que aconteceu: Benedita cheirou Tédi, Benedita tentou brincar, Tédi molenguinha só queria dormir. Benedita foi à sua vidinha que havia mais quem quisesse brincar.
A única coisinha de que me arrependo foi de não lhe ter mudado o nome quando podia. Tédi é um bocadinho... coiso! Moira seria muito melhor!
Hoje são  migas forever.




Moral da história: façam o que vos der na gana e desbravem caminho!

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