Eu passeio as cadelas à trela, como manda a lei. Eu apanho os cocós das cadelas todos os dias. Da relva da espécie de jardim cá da chafarica. E dos passeios.
E qual é a minha recompensa por isso? É viver num sitio mais limpo? Numa vila mais arranjadinha? Mais amiga dos transeuntes?
Não, né? Porque quando chove a espécie de jardim transforma-se num poço de lama que escorre pelos passeios em volta. E depois os passeios cheios de musgo mesmo bom para ensaiar a espargata e as sarjetas entupidas de lixo e as ruas esburacadas onde se formam poças de água... E as cadelas a chegarem a casa com lama até à barriga. Se fossem mais pequenas, às tantas, ainda tínhamos de lhes pôr uma bóias sob pena de as perdermos no meio da porcaria.
Raios... relembrem-me lá... eu apanho os cocós para quê???
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