segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Alentejoblues mobile


Quando decidimos que estava na hora de comprar carro novo, lembrei-me logo desta tira do Gaston Lagaffe. Mas não me apetece explicar porquê.
E como eu sou uma pessoa muito fácil de contentar, o carro só tinha de ser económico, espaçoso e mais importante do que tudo, tinha que ficar dentro do orçamento. Porque não queríamos hipotecar quaisquer laureanços da pevide ao comprar uma "coisa" caríssima para depois o termos estacionado à porta de casa tipo jóia da coroa.
Durante dois dias foi divertido negociar nos stands. Extras para cá, extras para lá, como se estivéssemos a tratar de um par de botas (e toda a gente sabe que botas não precisam de ter atacadores, fivelas e fecho tudo ao mesmo tempo, certo?) Quanto menos melhor, aliás, eu tenho a certezinha absoluta de que aquela tecnologia toda nas minhas mão não ia durar nada e ia avariar-se toda ao mesmo tempo.

Vendedor: "Então e pintura metalizada?"
Eu: "Qual é a vantagem?"
Vendedor: "Fica mais bonito."
Eu:"Nesse caso não vai ser preciso."
Eu: "Ah e coisas que apitem também não queremos."
Vendedor:"GPS?"
Eu: "Não! Isso fala. É pior do que os apitos."
Vendedor: "Ar condicionado?"
Eu: "Não! Mas se tivesse bancos aquecidos...
Vendedor: "Não."
(Bolas. Era o único extrazinho que me servia para alguma coisa.)

E já estava mesmo à espera que o senhor me perguntasse:
"Então e pedais vai querer? Ou vai usar o sistema Flinstone?"
Ao que eu responderia:
"Sim. É isso! Boa ideia! Vamos usar o sistema Flinstone. É económico e ecológico. Óptima ideia!"
Mas não perguntou. Deve ter pensado, mas não perguntou.

Depois da última visita a um stand e com pouca esperança de encontrar uma "coisa" que preenchesse todos os requisitos, prometi ao marido que ia usar a mesma persistência para encontrar um carro por essa internet afora que uso quando estou à procura de um trapinho ou de umas botas, ou de umas sandálias.
Mas não foi preciso. Ele encontrou primeiro.
Orçamento. Check.
Económico. Check
Espaçoso. Check mais ou menos, mas também não se pode ter tudo.
E agora não quero ouvir falar mais deste assunto nos próximos 30 anos. Era porreiro, não era?

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