Este fim-de-semana era para limpar a casa e pôr roupa a lavar. Mas arrumar MESMO. Tentei delinear uma estratégia para tornar a coisa mais fácil e indolor, mas para sempre. Não cheguei a nenhuma conclusão e avancei para TCHARAAAAM limpezas da Primavera, com direito a rever roupeiros e devolver coisas emprestadas e tudo e tudo e tudo. Porque não só esta casa é demasiado grande para nós como tem demasiadas coisas. O que faz com a tarefa de a limpar e arrumar seja uma tortura e uma tortura demasiado frequente.
Quando mudámos para o Alentejo todas as nossas tralhas couberam numa ford transit e numa outra carrinha mais pequena. Que raio aconteceu entretanto? Porque, caramba, nós não comprámos assim tantas coisas nestes dois anos. Pois não? Ou comprámos?
Para me tentar lembrar como é que isto tudo começou fui repescar a nossa mudança e foi mais ou menos isto:
Tive de saltar o dia 1, 2, 3, 4 porque andei anestesiada com a confusão da mudança e com o calor. Ora então não é que aconteceu o que eu mais temia? Quando chegámos ao Alentejo na quinta à noite e descarregámos a carrinha vi-me no meio de uma colecção infindável de caixas, sacos e saquinhos. A confusão era tal que na manhã de sexta demorei dez minutos a encontrar a minha roupa interior. A maníaca controladora dentro de mim estava à beira de um ataque de nervos. Por outro lado, a veraneante que coabita com a controladora já estava com o pé a fugir para a praia só de sentir o calorzinho que já faz aqui.
Mas antes de aterrarmos na casa nova também correu tudo mal. Às tantas, as caixas que tínhamos arranjado começaram a escassear e percebemos que não ia caber tudo nas que ainda restavam. Pelo menos não de forma organizada e de maneira que depois fosse fácil de encontrar o que tínhamos empacotado quando chegássemos ao Alentejo. Resultado: começámos a enfiar tudo aquilo que não queríamos deixar para trás em todos os espaços livres, em sacos de viagem, malas, sacos do Pingo Doce, do Expresso e até sacos de plástico daqueles normais. Tudo servia, tal era o desespero. Foi a confusão total e precisamente o que eu andava a tentar evitar no último mês.
Um ataque de pânico, com direito a choro e soluços e tudo e tudo e tudo, já a noite ia avançada, levou-nos a mandar tudo bardamerda.
Aprendi que fazer planos e cumpri-los é importante mas também é importante saber quando desistir e arranjar um plano alternativo.
Depois fomos ao Ikea. Foi bom comprar um monte de coisas novinhas. E o melhor é que desta vez cumprimos o plano. Um montão de coisas novas e tudo dentro do orçamento planeado. Eu é que sou a ministra das Finanças desta família!
No Domingo, o Namorado montou as prateleiras na cozinha para, finalmente, arrumarmos a loiça. Só demorou cerca de seis horas, que o Namorado não é muito dado à bricolage. Mais um teste à minha paciência, que detesto esperar e gosto de tudo para ontem e já só me apetecia martelar a porcaria das prateleiras contra a parede. Mas o que falta ao homem em jeito para a bricolage sobra em paciência e boa disposição e palavras doces. E isso eu não troco por nada.
Hoje fomos mudar a morada ao registo civil (aqui não há loja do cidadão). Os dois. Juntos. E continuamos a ter caixas em todas as divisões, menos na casa de banho. Mas já não importa.
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